PISADA, PRONADA OU SUPINADA?

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Muito tem se falado sobre a pisada durante a corrida, no entanto vemos muitas informações desencontradas. Para podermos entender melhor sobre esse assunto, temos que tem em mente um princípio lógico, para conseguirmos realizar o gesto esportivo da corrida, o pé obrigatoriamente tem que se movimentar.

A partir desta informação vamos construir o entendimento da pisada. O movimento natural do pé durante a corrida é:

  1. Entramos em contato com solo com pé supinado (apoiado principalmente com a borda lateral da sola do pé);
  2. Na sequência, há a distribuição de todo o peso corporal para toda planta do pé, momento este, que estamos apoiados apenas um uma perna, a tendência é de levar o pé um pouco mais em pronação (apoio parcialmente/ totalmente da borda medial da sola do pé);
  3. E por fim, transferimos o peso para fase de propulsão, aumentando a pronação e transferindo a força de impulsão para o Hálux (dedão do pé).

Podemos concluir que o movimento de prono/supinação é natural, o que devemos observar com atenção são os extremos. Grandes graus de pronação e de supinação, que facilmente conseguimos aferir numa avaliação cinemática. Mas ao contrário do que muitos pensam, a solução, ou a intervenção mais adequada não são palmilhas, ou tênis já com suportes para determinadas pisadas. A literatura tem apontado fortemente, que o fortalecimento da musculatura do pé e tornozelo, associado a equilíbrio e percepção do movimento, se mostraram muito mais efetivos na abordagem desses casos.

Portanto, tênis com pisada neutra é uma recomendação universal, já que até o momento não há estudo que comprove a eficácia de estabilizadores e suportes no solado dos tênis para melhorar sua pisada.


Dr. Bruno Marinho
Graduado em Fisioterapia pelo Centro Universitário Claretiano de Batatais. 
Pós Graduado em Fisioterapia Ortopédica Traumatológica e Desportiva.
Pós Graduando Biomecânica da Atividade Física na Saúde e Reabilitação.
Ampla experiência em Fisioterapia Ortopédica Desportiva e Biomecânica da Corrida. 
Professor de Quiropraxia Clínica e Lesões de Membros Inferiores
Atuou como Diretor do Centro de Especialidades em Franca (NGA-16). 
Atua como Fisioterapeuta no Instituto Trata / ITC Vertebral.

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